OPINIÃO: ACESSIBILIDADE NO INTERIOR- UM DESAFIO PARA CRIANÇAS E MÃES ATÍPICAS

Nesta Coluna de Opinião, o historiador João Gabriel Silva traz à discussão um assunto que ainda é pouco falado: a questão da acessibilidade para as crianças atípicas em nossa região e o papel dos gestores públicos para reverter essa situação (Foto de Alex P para Pexels)



AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome já diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados, não representando necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço, enquanto veículo de imprensa (emitido somente por meio de nossos Comunicados Oficiais e Editoriais).


Por João Gabriel Silva


Bem, amigos do Podcast Cafezinho, depois de um longo tempo, volto a escrever uma coluna para este blog. Desta vez, trago um assunto pouco explorado em nosso município: a dificuldade de acessibilidade para crianças e mães atípicas. Antes de tudo, vamos a alguns conceitos. Criança atípica seria aquela que exibe padrões de desenvolvimento distintos dos considerados típicos. Ela pode apresentar variações em diversas áreas, como comportamento, comunicação, habilidades sociais e habilidades motoras. Nesse sentido, ser mãe atípica é ser mãe de um filho atípico, ou seja, ter um filho que não se encaixa no desenvolvimento considerado "padrão" ou típico, de acordo com os parâmetros da Medicina e outras áreas da Saúde. 
Isso pode envolver uma síndrome rara, uma deficiência ou uma doença crônica. Dito isso, precisamos entender que acessibilidade é um direito fundamental que deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de suas condições. Entretanto, no interior do Brasil, essa questão ainda é um grande desafio, especialmente quando se trata de crianças e mães atípicas. 
Nesse aspecto, nossa cidade, Buíque, demonstra estar mais uma vez atrasada. Sei que a escassez de recursos e a falta de conhecimento sobre as necessidades específicas de crianças atípicas muitas vezes resultam em uma invisibilidade dessa população. Muitas mães se sentem sozinhas nessa jornada, enfrentando barreiras que poderiam ser superadas com o apoio adequado. Basta a boa vontade ou um pouco de semancol dos políticos para se atentarem a essa questão. 
Mães de crianças com deficiência enfrentam diversos obstáculos diariamente. Muitas vezes, elas precisam lidar com a falta de infraestrutura adequada, como calçadas sem rampas, transporte público inacessível e locais de lazer que não contemplam as necessidades de seus filhos. Essa situação não só limita a mobilidade, mas também impacta a qualidade de vida e o desenvolvimento social das crianças. Falta muita iniciativa por parte dos nossos políticos para melhorar essa situação, tanto que esse tema apareceu pouco ou nem foi mencionado nos planos de governo dos candidatos que concorreram no último pleito. 
E os vereadores... Bem, muitos deles, creio, não sabem nem o que significa acessibilidade. Por fim, a inclusão é essencial para o desenvolvimento saudável de crianças atípicas. É através da interação social que elas aprendem a se relacionar com o mundo ao seu redor e a desenvolver suas habilidades. 
A falta de acessibilidade não só isola essas crianças, mas também afeta a autoestima e a saúde mental tanto delas quanto de suas mães. Precisamos urgentemente refletir sobre esse tema, que é essencial para o desenvolvimento de uma cidade mais inclusiva e desenvolvida. O primeiro passo é reconhecer a necessidade e buscar soluções em conjunto. Somente assim poderemos construir um futuro mais inclusivo e acolhedor para todos. Ou seja, precisamos cobrar ações de nossos gestores.
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