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Valores a serem pagos com cachês de alguns dos artistas que irão se apresentar no município do agreste pernambucano entre 28 de fevereiro e 04 de março, foram publicados no Diário Oficial dos Municípios, mantido pela Amupe. Custo quase milionário confirma aposta da Prefeitura, chefiada por Túlio Monteiro, em tornar novamente este evento um grande atrativo no estado e vem em meio a um possível bloqueio judicial para pagamento de precatórios, que não foi realizado pelo seu antecessor (Foto: PC Cavalcanti, Cordeiro Audiovisual e Leonardo Silva/ Prefeitura de Buíque) |
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A Prefeitura de Buíque (por meio da Secretaria Municipal de Turismo, Cultura e Lazer) divulgou no Diário Oficial dos Municípios, mantido pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), alguns avisos de inexigibilidade de licitação referentes à realização do Carnaval no município do agreste, previsto para ocorrer entre os dias 28 de fevereiro e 04 de março. As publicações ocorreram entre os dias 05 e 10 de fevereiro.
A empresa Show de Festas Aluguel e Promoção de Eventos LTDA foi contratada por R$ 50 mil para a "confecção, montagem, manutenção e desmontagem de tenda personalizada".
Entrando na área dos cachês, a empresa G S Costa (que gerencia a carreira e agenda de shows do cantor Marcynho Sensação) receberá R$ 200 mil. Marcynho se apresentará no primeiro dia do Carnaval de Buíque, em 28 de fevereiro.
A Nóbrega Promoções e Iluminação LTDA, que representa os cantores Roginho e Lipe Lucena, receberá da Prefeitura de Buíque um cachê de R$ 150 mil. Roginho e Lipe se apresentarão no dia 03 de março, sendo que Lipe receberá R$ 100 mil de cachê e Roginho, R$ 50 mil.
Ainda nas atrações do dia 03 de março, temos a empresa VS Produtora e Eventos LTDA, que representa o grupo Os Neiffs, com um cachê de R$ 100 mil.
Também foi anunciado um pregão para contratação de uma empresa especializada para "prestação de serviços de orientação e apoio a eventos, destinado a atender as necessidades da Prefeitura de Buíque". O valor máximo informado para a contratação, na modalidade global, é de R$ 282.926,00 (duzentos e oitenta e dois mil, novecentos e vinte e seis reais). As propostas devem ser enviadas pelas empresas interessadas até às 7 da manhã do dia 19, conforme informado no aviso de licitação publicado.
Somente com estas contratações, os valores gastos pela Prefeitura de Buíque até aqui são de R$ 982.926,00 (novecentos e oitenta e dois mil, novecentos e vinte e seis mil reais). Os valores com os cachês das demais atrações ainda serão divulgados nos próximos dias (podendo ser pagos pelo Governo do Estado, que também está entre os organizadores do Carnaval de Buíque) e, de acordo com o portal da Folha das Cidades, ainda há a previsão da abertura de um novo processo licitatório de mais de R$ 2,8 milhões para contratar a empresa que ficará responsável pela locação de estrutura e equipamentos de sonorização, iluminação, camarim, palco e afins.
Tais valores anunciados confirmam a intenção do prefeito Túlio Monteiro em recuperar a reputação do Carnaval de Buíque, principalmente após as críticas feitas quanto à edição do ano passado. Na ocasião, haviam sido gastos R$ 635 mil com os cachês de algumas das atrações que se apresentaram naquele evento, num momento em que um decreto de corte de gastos vigorava no município e obrigou o então prefeito Arquimedes Valença a economizar na festa para honrar com os demais compromissos da administração pública.
Porém, este anúncio também vem num momento em que a Prefeitura de Buíque poderá sofrer um bloqueio judicial das suas contas bancárias para pagar mais de R$ 1,2 milhão em precatórios que Arquimedes deixou de fazer no ano passado. Na matéria em destaque no topo, trazida com exclusividade pelo site do Podcast Cafezinho na quinta-feira, foi explicado que constam pelo menos 45 processos relacionados a ex-servidores da Prefeitura que aguardavam o recebimento de valores referentes, principalmente, às férias que não haviam sido pagas. O Tribunal de Justiça de Pernambuco já emitiu uma Certidão de Inadimplência ao município e abriu um procedimento administrativo, que pode culminar no bloqueio judicial das contas da Prefeitura para que estes valores enfim sejam pagos. Os precatórios são pagamentos obrigatórios oriundos de condenações judiciais definitivas e devem ser efetuados, independente de quem seja o gestor municipal no momento.