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AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome já diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados, não representando necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço, enquanto veículo de imprensa (emitido somente por meio de nossos Comunicados Oficiais e Editoriais).
Por William Lourenço
A famigerada turma woke (que, traduzindo para o Português intencionalmente debochado, significa a turma do "vamos todos dar a bunda") entrou em colapso nos Estados Unidos após o anúncio da vitória do republicano Donald Trump à Presidência de lá. Mesmo tendo juntado quase todos os artistas de lá para fazer campanha e reforçar nas suas propagandas que o voto em Kamala Harris, atual vice-presidente, era em defesa da "democracia", a maioria dos eleitores preferiu o laranjão que essa mesma turma nojenta chama de líder da extrema direita. Afinal, qualquer um que não é dessa laia já se torna automaticamente de extrema direita.
Por mais que o Trump seja, e ele realmente é, o eleitor comum que simplesmente não concorda com o que a dita esquerda faz passa a ser taxado de tudo que é nome que termina com ista (tanto lá quanto aqui no Brasil). E não há nada que irrite mais esse eleitor comum do que a tentativa de imposição sobre aquilo que ele deseja pensar ou dizer. Mais até do que a economia. E aqui, o atual Presidente Joe Biden fez por onde deixar este eleitor ainda mais irritado.
Porém, voltemos a falar da escrota turma woke que esteve por trás da campanha de Kamala Harris: afinal, a vitória de Trump não seria possível sem eles. Estes que resolveram propagar mensagens de ódio a judeus em plena guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, com a desculpa esfarrapada de que estão defendendo um estado palestino livre, irritaram boa parte dos eleitores considerados comuns nos Estados Unidos: os descendentes de judeus que haviam chegado ao país porque fugiam das garras de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial. O mais engraçado é que os bundeiros dos States passaram a se referir ao Trump como "nazista" só por ele ser contra suas pautas secundárias.
Até os eleitores que, em tese, seriam da turma da Kamala (latinos, negros e mulheres) adotaram, em sua maioria, o vermelho do Partido Republicano por também estarem irritados com a atual administração e até com parte desse discurso identitário que mais atrapalha do que ajuda no combate aos preconceitos e desigualdades sociais históricas. O ser humano, em sua essência, odeia ser obrigado a fazer qualquer coisa. Quando este eleitor se vê obrigado a votar em alguém unicamente por ser da mesma cor ou nacionalidade, sem ter nada mais em comum, ele se recusa. E quando se recusa a se curvar, os bundeiros tentam queimá-lo moralmente perante os demais, deixando-o com muito mais raiva.
Até coisas incomuns, como a morte de um esquilo num estado governado pelo partido da candidata democrata, causaram comoção a favor do republicano... Os bundeiros também se dizem a favor dos animais, lembra? Isso também deixou alguns defensores da causa com raiva, e o resultado...
Seja no voto popular, no número de delegados obtidos no Colégio Eleitoral, na maioria das cadeiras do Senado e da Câmara dos Deputados de lá, a derrota dos Democratas que optaram por adotar essa postura mais odienta da turma bundeira (ou woke, mas prefiro chamar assim porque sou brasileiro) serve de alerta para todos os que se dizem de esquerda nos Estados Unidos e até no mundo: agora é que vai entrar o grosso pra vocês...
Se, mesmo com a deplorável invasão ao Capitólio em 2021, numa clara contestação e ameaça ao que era a democracia mais consolidada do planeta, a maioria dos habitantes deste país resolveu colocar quem ordenou a invasão de livre e espontânea vontade, é porque há algo de muito errado no outro lado. E há: o discurso.
A tentativa forçosa de sobreposição de pautas secundárias como se fossem as mais importantes para o bem comum tem deixado a maioria dos cidadãos, independente até de partido, cada vez mais irritada com o movimento woke no mundo inteiro. Ninguém liga pra cotas de gênero enquanto a saúde pública continuar sucateada. Ninguém liga pra pronome neutro enquanto o trabalhador comum permanecer oito, dez, até doze horas por dia num serviço pra receber um salário mínimo pífio que mal dá pra pagar o básico à sua sobrevivência e à da sua família. Ao contrário: verá tais temas com superficialidade e os tratará com deboche, pois não são, nunca foram e jamais serão pautas prioritárias em nenhuma sociedade.
A dita esquerda, que já foi um dia de trazer temas relevantes para discussão, hoje se resume e se deixou resumir às palestras de educar com o fiofó e de chamar todo mundo que não concorda com ela, em qualquer ponto, de extremo isso e qualquer nome que termine com ista. Isso irrita.
Discursos vazios tendem a resultar em práticas inúteis. A turma bundeira é isso: vazia e inútil, unicamente barulhenta e, deve-se dizer, um grupo de extrema esquerda (é, isso também existe). Ela não liga para a construção de um diálogo construtivo entre pessoas com visões distintas: ela se alimenta dos idiotas de sua própria bolha e visa destruir qualquer um que esteja fora dessa bolha podre. Assim como a turma do "vamos todos ter uma arma": os bundeiros do lado direito que realmente existem, mas que não representam todos que estão naquele lado.
O ódio foi convertido em voto, que elegeu o Donald Trump nos Estados Unidos. Assim como havia acontecido na Argentina com o Javier Milei. Ao menos, estes eleitores foram mais honestos e menos hipócritas do que todos os que, em 2022, votaram no Lula aqui no Brasil pelo "amor". E em 2026, virá mais um desafio gigantesco a esta turma: ou mudam o discurso pra aproximar o eleitor de livre e espontânea vontade, ou também de forma livre e espontânea, ele se irritará de tal forma que o arrancará do poder e não o deixará voltar nunca mais. Nem mesmo reclamar daquilo que, por direito, poderia.
It's time to wake, not woke!