OPINIÃO: PROPAGANDA DE CONSCIÊNCIA ELEITORAL REGULAR

OPINIÃO: PROPAGANDA DE CONSCIÊNCIA ELEITORAL REGULAR

Assim como em Buíque, os eleitores do município do agreste pernambucano terão dois candidatos para escolher como próximo Prefeito na votação de amanhã, de forma excepcional, trazemos aqui duas Colunas de Opinião de uma só vez, mas calma: você não precisará brigar com ninguém próximo para escolher aquela que considerar melhor (Foto de Edmond Dantès para Pexels)


AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados e não reflete necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço (trazido somente em seus Editoriais e Comunicados Oficiais).
Nestas Colunas de Opinião em especial, deve-se deixar claro que não há aqui qualquer menção direta ou subjetiva de apoio ou oposição a qualquer candidato a cargo eletivo, sendo tais manifestações permitidas e dentro daquilo que a Constituição Federal permite aos seus autores no que se refere à liberdade de expressão, bem como da própria legislação eleitoral vigente. 

Por João Gabriel Silva

Quanto vale um voto? 
Um saco de cimento? Quinhentos tijolos? Algumas telhas? 50, 100 ou 200 reais?
Bom, essas são as coisas mais comuns pelas quais as pessoas vendem seus votos, isso é cultural e vem desde muito tempo. Suas origens se perdem no tempo, mas algo é certo: não importa toda a evolução que a sociedade produziu, muitos ainda perpetuam essa cultura. 
Infelizmente, em cidades pequenas do interior que são, em sua maioria, lugares extremamente pobres, com pouquíssima educação da maior parte da população e uma grande carência de coisas básicas, essas são as vítimas perfeitas para a compra de votos. Aqueles que querem se eleger não se interessam por mudar essa realidade quando chegam ao poder, pois vão precisar usar a mesma técnica na próxima eleição e assim o ciclo se repete, mas afinal de contas, vale a pena vender o voto? 
A resposta é óbvia: Não, não vale a pena vender o voto. Claro, não podemos condenar quem vende, uma vez que essa pessoa poderia estar precisando. Isso não justifica o ato, porém, se analisarmos o que já foi mencionado se torna mais fácil entender a ação de vender o voto.
Para aquele que compra o voto tem-se uma situação confortável, pois uma vez comprado, o político considera que não deve mais nada àquela pessoa, que caso eleito, e a pessoa que teve seu voto comprado vá à procura dele, este dirá que não tem mais nenhuma obrigação em ajudá-lo, e só quer saber dele quatro anos depois em que vai bater a sua porta para repetir a mesma história.
Precisa-se mudar isso, porém o caminho não é fácil por vários motivos, mas se quisermos mudança é necessário iniciar uma transformação na realidade local e gradual. Conscientize sua mãe, seu pai, avô, avó, tio, filho, afilhado, amigo ou qualquer pessoa que puder, tente. Você não vai mudar o mundo, mas vai ter uma atitude digna. 
Para a mudança é preciso dar o primeiro passo e ir com calma, pois toda mudança de realidade é devagar, e convenhamos, nossa cidade necessita urgentemente de uma mudança. Amanhã todos poderemos dar esse primeiro passo, escolhendo com sabedoria as melhores opções. 
Gostaria de dizer que temos boas opções em nosso quadro de candidatos, mas esse não é o caso. Ainda temos dinossauros políticos que são eleitos desde os tempos das cavernas, que saem por um tempos, mas sempre voltam para nos assombrar. Há aqueles que dizem que trabalham pela saúde, esporte e educação, entretanto nunca apresentaram sequer um projeto para essas áreas. 
Outros aparecem dizendo que são a tal da mudança, todavia seus parentes já estiveram no poder ou são apoiadores do dito “atraso” que os mesmos denunciam. 
Enfim, caro leitor, nos resta esperar que a maioria faça a melhor escolha, se não o fizerem, paciência, vamos cobrar e dar mais passos para que na próxima haja a verdadeira MUDANÇA.

Por William Lourenço

Qualquer eleição em qualquer município do Brasil se resume a colocar quem irá votar num precipício e obrigá-lo a escolher se ele se atira no lado que exige mudanças estruturantes bruscas ou no lado em que se mantém a quase sempre morosa gestão da administração pública. E qualquer um destes lados pode ser o certo, a depender das circunstâncias que este mesmo eleitor buscar analisar os últimos quatro anos em seu entorno.
Existem os que pouco fazem em infraestrutura básica, sabotam a educação, deixam a saúde a desejar e ainda têm a pachorra de roubar os contribuintes.
Há também os que buscam fazer muito em tais áreas e até conseguem, sem pegar em um centavo que não seja seu.
Assim como existem os que roubam, mas fazem; e os que nem fazem, mas também não roubam. E todos estes que citei podem estar no mesmo gestor público, a depender do recorte de tempo do seu mandato ao qual o eleitor terá que fazer sua análise.
A propagação da continuidade de um trabalho que ninguém nunca viu e do candidato que promete ser o novo, mas que tem vínculos fortes com velhos lobos do meio, é um cenário que ainda se repete no país. E que levará muito tempo, com muita conscientização, para ser cessado.
Essa demora ocorre, justamente, por culpa e responsabilidade do próprio eleitor. E não adianta mais fingir que não. A falta de senso crítico e da sua própria busca penaliza milhões de pessoas em todas as eleições que já tivemos, dando poder a pessoas que, numa breve, simples e cuidadosa análise, jamais deveriam sequer tentar concorrer a um cargo eletivo... Quanto mais serem eleitas!
O mau caratismo de parte do eleitorado em, assim como fazem seus representantes, colocar seus interesses pessoais muito acima de qualquer bem comum e coletivo também é outro fator a ser consertado imediatamente. Posturas imorais dos eleitores são aval para políticos cometerem atos ilegais.
O voto pode, e deve, ser um instrumento de conserto daquilo que a maioria dos eleitores considera errado dentro de um município, estado ou país. Porém tal conserto só pode ser feito de forma efetiva quando a pessoa souber como e o porquê de estar usando este instrumento.
Seja pelo aspecto moral, da função pública em si ou legal, busque... talvez não amanhã, por ser muito em cima da hora, mas o mais breve possível, nortear suas próximas escolhas numa eleição por algum desses aspectos. De preferência, naquele que você possa ter alguma autoridade de exigir e cobrar que seu eleito tenha o mesmo.
E que, depois de eleito, você mantenha a postura de cobrança a ele por todos os quatro anos de mandato, sem esquecer de nenhum dia. O comodismo e preguiça da população nesse período também ajudam a afundar ainda mais o município em que vivem. E nem dará pra reclamar, pois tudo será aquilo que sua maioria resolveu colher, de livre e espontânea vontade.
Postagem Anterior Próxima Postagem