OPINIÃO: O LADO MENOS INCÔMODO DO "MATO SEM CACHORRO" ELEITORAL

OPINIÃO: O LADO MENOS INCÔMODO DO "MATO SEM CACHORRO" ELEITORAL

A eleição de Buíque, no agreste de Pernambuco, se resumirá novamente à condição do eleitor estar num "mato sem cachorro"? É sobre isso que falará esta Coluna de Opinião (Foto de Iren Fedo para Pexels)

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AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados e não reflete necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço (trazido somente em seus Editoriais e Comunicados Oficiais).


Por João Gabriel Silva


"Faz o coração, faz o coração, porque o povo escolheu o campeão"... 
Esse trecho da música Faz o Coração (composta por Leo Demove e interpretada pela banda Lambasaia) está na moda, sobretudo neste período eleitoral, e vale aqui uma breve análise.
Primeiro, que ela sugere implicitamente que fazer o coração é votar na emoção. Votar com o coração é algo que não deveria, a meu ver, ser feito. Paixões e emoções deveriam ser deixadas de lado na política. A razão deveria conduzir sua opção ao escolher o melhor candidato: afinal de contas, estamos hipotecando nossa cidade por pelo menos quatro anos. 
Só que isso não acontece na prática. As pessoas se deixam levar por emoções supérfluas e não usa da lógica, uma vez que se deparam com alternativas que, embora sejam opostas, saem sempre dos mesmos dois grupos políticos de nossa cidade.
Um dos lados está apostando em se mostrar preparado para enfrentar os desafios que são particulares a Buíque, mostra conhecimento do que tem que ser feito e como será feito. Claro, não é a escolha perfeita pra mim por uma série de razões, contudo, do ponto de vista lógico, parece ser o mais preparado. É a única alternativa? Não!
Há outra, mas essa é como um papel em branco, em que nada foi escrito e não se sabe quem será o autor da história em caso de vitória. Preparo, a meu ver, passa longe.
Carisma? Tem, mas só isso não resolve os problemas que envolve o cargo. É preciso capacidade de diálogo, ter ideias, condições de praticar tais ideias e é isso que sempre faltou aos candidatos em nosso município, de forma geral, em todas as eleições. 
Repito: não podemos esperar muito, pois como diz meu amigo William, em Buíque ainda temos que, infelizmente, nivelar muitas coisas por baixo; já que os comícios que eram, em tese, para serem locais de divulgação de planos, ideias e visões para uma cidade melhor se transformam em um evento da Carreta Furacão com muita pirotecnia, pessoas fantasiadas e músicas dançantes, regado a muita bebida alcoólica e quiçá outras coisas. Até lança-chamas no palco você encontra. Se alguém mais regado a álcool na frente do palanque baforar perto do aparelho, é capaz de chamuscar os candidatos sem querer.
Nivelemos por baixo, sim, mas nesse mato sem cachorro (talvez com um jacaré e um camelo), vamos tentar buscar o lado menos incômodo para nos abrigar. Ao menos, enquanto não aparece algo melhor...
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