OPINIÃO: O "NÚMERO DOIS" DA CHAPA

 

Anúncios de Felinho da Serrinha e Miriam Briano como possíveis vices nas chapas de Jobson Camelo e Túlio Monteiro não só não surpreendem ninguém em Buíque, como acabam com a possibilidade de qualquer candidatura além destes dois blocos políticos no município do agreste pernambucano pelos próximos quatro anos, no mínimo. E é sobre isso que esta Coluna de Opinião irá falar (Fotos usadas na arte: Reprodução/ Redes Sociais- @jobsoncamelooficial e @tuliomonteirobuique/ Instagram)

Leia também: Eleições 2024- Convenções partidárias poderão ser feitas já a partir do próximo sábado


AVISO AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome diz, a opinião de quem a escreve sobre fatos concretizados e não reflete necessariamente um posicionamento oficial do Podcast Cafezinho com William Lourenço (trazido somente em seus Editoriais e Comunicados Oficiais)


Por William Lourenço


Pela primeira vez (ao menos, desde que eu passei a lidar com esse negócio chamado jornalismo), uma eleição municipal em Buíque contará com candidatos a vice mais experientes que os postulantes a Prefeito. Por mais experientes, digo com mais passagens em cargos eletivos e não necessariamente mais competência, dado o atraso em que este "ninho de cobras" localizado no agreste pernambucano se encontra.

As idas de Felinho da Serrinha e Miriam Briano, respectivamente, para as composições das chapas de Jobson Camelo e Túlio Monteiro nesta semana não pegaram ninguém de surpresa. Felinho, aliás, usou aquela entrevista em abril (da qual participei) para se autopromover e mostrar ao agora líder de seu grupo político que tinha alguma relevância neste cenário político e que poderia ajudá-lo a impedir uma potencial eleição do, segundo suas próprias palavras, "agiota e despreparado" Túlio. Essa entrevista você pode ver no canal oficial do Podcast Cafezinho lá no YouTube e na página da Live TV Buíque, do meu amigo Tony Silva. Aqui, vou trazer apenas um trecho que considero importante para o contexto desta Coluna de Opinião: em que eu o questiono sobre se sua pré-candidatura a Prefeito era algo firme ou, como se confirmou ontem, não passava de conversa mole.


Nessa entrevista, aliás, Felinho se esquivou muito de fazer críticas às gestões de Arquimedes Valença e Jonas Camelo Neto, os únicos que estiveram na cadeira de Prefeito neste século. Só por ali, já se indicava que tal pré-candidatura melaria antes mesmo das convenções partidárias. A proximidade com Jobson e os termos chulos usados contra Túlio também.

Com três mandatos seguidos de vereador e sendo o atual Presidente da Câmara de Vereadores, Felinho poderia ser em 2024 o que Miriam Briano chegou a ser em 2020: um incômodo aos famigerados representantes das cores vermelha e amarela e até uma potencial via à cadeira mais importante do município.

Tendo também três mandatos como vereadora, chegando também a ser Presidente da Câmara em uma oportunidade, e acumulando três mandatos como vice-prefeita, Miriam Briano sempre foi vista como um nome respeitável no meio político e cogitada várias vezes como aquela que seria a primeira prefeita da história de Buíque. Só que, ao que parece, ela se conformou e se acomodou em ser a coadjuvante, mesmo com "todos estes anos nesta indústria vital".

A ida para o grupo de Túlio já foi um choque a todos aqueles que a acompanharam na última eleição e depositaram seu voto nela. E o anúncio dela como vice, mais uma vez, mostra que nunca foi uma intenção real dela ser líder de nada. E o Felinho tá indo por esse mesmo caminho.

No caso de Felinho, é sempre importante lembrar que até mesmo sua ida como vice na chapa de Jobson como Prefeito pode melar, por causa da decisão de fevereiro do Tribunal de Contas do Estado que julgou irregular a gestão fiscal da Câmara em 2022, ano em que ele já presidia a Câmara de Vereadores. A multa aplicada, de mais de R$ 10 mil, não foi paga e a decisão se tornou irrecorrível no órgão em abril (artigo 1º, inciso I, alínea g da Lei de Inelegibilidade). No mês que vem, o TCE enviará ao Ministério Público Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral a lista com todos os gestores municipais que tiveram as contas julgadas irregulares, para que fiquem inelegíveis por oito anos. E o nome dele poderá estar lá. Pra que depois não digam que ninguém avisou, se qualquer coisa der errado até o dia da eleição.

Porém, é bom deixar claro que tais nomes serão de imensa ajuda aos novatos pretensos candidatos a Prefeito, naquilo que chamam de articulação política: nas mobilizações das massas, nas interações dos grupos e no aglutinamento de outros políticos para suas bases. Quando o resultado das urnas sair em 06 de outubro, é que veremos qual dos dois teve papel mais decisivo.

A chapa vai esquentar, meus amigos... (O meu lado comediante não resistiu em soltar tamanho trocadilho)

William Lourenço

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