OPINIÃO: FALHA DE COMUNICAÇÃO

 

Seja uma pessoa comum, um político local ou mesmo um Presidente da República, a falta de cuidado com o modo em que se fala algo, especialmente aquilo que é disfarçado de crítica, causa efeitos que se voltam contra a reputação daquele que fala e não ao seu alvo. E é disso que esta Coluna de Opinião irá tratar (Foto de Pixabay para Pexels)

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NOTA AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome diz, a opinião de quem a escreve, baseada em fatos apurados.


Por William Lourenço


Há algum tempo, eu venho batendo na tecla de se fazer críticas mais inteligentes a atos públicos. Mais especificamente, aqui em Buíque, que é onde resido e onde o Podcast Cafezinho atua. Dentre as várias coisas a serem observadas em uma crítica mais inteligente, está o modo como vamos fazer tais críticas: as palavras que iremos usar, a quem direcionaremos a fala e as provas que baseiam esta fala.

Quem vem acompanhando nos vários portais de notícias a repercussão da fala do Presidente Lula, em que comparou o que vem ocorrendo na Faixa de Gaza pelo exército israelense com um dos atos mais grotescos da história da humanidade e cometidos contra os judeus, que compõem Israel (ato tão grotesco que, para evitar infringir qualquer Diretriz da hospedadora do nosso site, eu nem posso citá-lo nominalmente aqui, embora vocês já saibam do que se trata e que foi durante a Segunda Guerra Mundial), sabe que ele errou no modo como proferiu tal fala. É um fato.

Ainda que existam discordâncias quanto ao modo como o Benjamin Netanyahu passou a conduzir a perseguição ao grupo terrorista Hamas após aquele ataque em território israelense no dia 07 de outubro do ano passado, a fala idiota e absurda do Presidente do Brasil acabou acertando a maior parte dos judeus do mundo: descendentes daqueles perseguidos pelo regime do austríaco do bigodinho, que tiveram que fugir da Alemanha e até da Europa para não serem mortos. Na falta de autoridade para resolver os problemas do próprio país (repassados pelo seu alter ego direitista Jair Bolsonaro e que haviam sido deixados anteriormente por ele mesmo, sua sucessora Dilma Rousseff e seu amigo Michel Temer), o petista resolveu dar sua opinião, que ninguém pediu, sobre aquilo que não lhe cabe, mandando a neutralidade do país à merda.

Se ele queria defender dois estados coexistindo (Israel e Palestina) ao proferir tal boçalidade, o elogio por parte dos terroristas do Hamas enterrou essa interpretação. Terroristas que, aliás, são o maior empecilho para que a Palestina não exista como um Estado livre, independente e soberano. Terroristas que têm como regra definida em Estatuto a aniquilação total dos judeus (igual ao que aquele rapaz do bigode escroto tentou fazer entre 1939 e 1945). Sim, eles são organizados a ponto de fazer um Estatuto próprio. Terroristas que não têm um pingo de dó com aqueles que consideram inimigos: sejam mulheres, crianças ou idosos. E usam todos estes como escudos humanos para levarem as balas e bombas dos seus perseguidores enquanto fogem como covardes para tentar implantar o medo no dia seguinte, quando voltarão aos destroços e dirão que o outro lado é o mal. Terroristas que personificam o "nós contra eles" da forma mais perversa.

E a insistência em não se explicar, ou especificar sua crítica, ou mesmo se desculpar com quem se sentiu ofendido (incluindo muitos de sua própria base política) demonstra, por parte do Lula, que este terceiro mandato foi a pior coisa que ele pôde fazer à sua reputação como político que conversava com todos e com o país. É uma mistura de arrogância com insensibilidade e persistência na burrice que pode ter outro efeito maléfico: a ressurreição política do Bolsonaro e da extrema-direita que ele havia jurado combater, justamente em seus últimos anos de atividade política (em outubro, ele fará 79 anos: sejamos sinceros, não podemos esperar muita coisa).

Como os brasileiros têm uma tendência muito feia de se jogarem para o outro lado quando um não o agrada, em vez de se centralizarem, os direitistas (ou a turma do "vamos todos ter uma arma", como costumo dizer por aqui) estão abrindo passagem para aqueles que não estão gostando do esquerdista (maior nome da turma do "vamos todos dar a bunda"), fazendo com que seu lado tenha cada vez mais volume e sirva para, num futuro não tão distante, tirar o Lula do poder ou, se isso não for possível, causar ainda mais estragos à sua governabilidade e à sua imagem. O processo de impeachment protocolado na Câmara e a passeata em verde e amarelo na Paulista são exemplos recentes disso. Se for somente pelo desgaste, para essa turma vai ter valido a pena. Até porque não podemos esquecer que Bolsonaro está inelegível, a princípio, até as eleições presidenciais de 2030. Mesmo tendo uma legião de "patridiotas" enorme, esse volume terá que ser repassado para outra liderança e logo. Com a Polícia Federal na sua cola, com seus filhos também mal vistos e com os 70 anos batendo nas costas (a serem completados em março do ano que vem), é melhor "Jair" procurando outro nome pra 2026.

Ainda no assunto que intitula esta Coluna de Opinião, vindo a Buíque, uma coisa com a qual os pretensos candidatos a prefeito e vereador terão que se atentar é com a comunicação, com o modo como irão falar sobre determinados assuntos e como irão criticar certos atos ou mesmo designações coletivas.

E aqui fica um conselho tanto a Jobson Camelo quanto a Túlio Monteiro, que eu sei que verão isto de alguma forma: desvencilhem-se imediatamente de todo e qualquer puxa-saco ou perfil sensacionalista travestido de "popular" que utiliza aquela linguagem baixa, rasteira e vagabunda de outros tempos somente para atacar adversários políticos, eleitores contrários e até mesmo profissionais de imprensa que noticiam fatos verídicos que desagradam seus egos e bases eleitoreiras. Se querem passar alguma mensagem a seu eleitorado sobre suas propostas e visões sobre Buíque, deixem claro que isso só será feito por meio de seus perfis oficiais ou, no máximo, por assessores de imprensa aos quais vocês designaram. Seja Coxinha ou Mortadela, o modo como esses perfis buscam abordar o tema política (de forma quase anônima, completamente covarde e irresponsável), no fundo, é digno de uma Chiquinha defendendo o Nhonho, além de ser uma "zuada" desnecessária à discussão sobre o desenvolvimento do município e algo que, mais cedo ou mais tarde, se voltará contra vocês.

Esse conselho é, na verdade, um complemento que resolvo dar a algo já dito por outros dois comunicadores locais a quem tenho respeito e cordialidade: Vinicius Silva, da página Verdade em Foco, e Tony Silva, da Live TV Buíque. Recomendo, inclusive, que assistam à conversa entre ambos (basta clicar aqui).

Ainda nesta conversa, ambos reiteraram sua indignação com outra fala: a do ex-prefeito Jonas Camelo no dia 31 de janeiro, numa live em que anunciaria seu irmão como pré-candidato, dizendo que toda a imprensa em Buíque já tinha lado político definido e que era comprada por este lado, tendo sido este o motivo de não conversar com ninguém sobre sua desistência de concorrer à Prefeitura. Foi trazido aqui, inclusive, a repercussão negativa deste diálogo entre os profissionais de imprensa do município e, como já foi divulgado em Comunicado Oficial juntamente com meu sócio e até de forma direta ao próprio por mensagens e em meus perfis pessoais, se não houver uma retratação ou explicação espontânea sobre a quem da imprensa ele queria se referir como comprado, a solução será obrigá-lo a provar na justiça a boçalidade que ele direcionou a todos os profissionais da área, inclusive a mim.

O silêncio de Jonas Camelo sobre o assunto, passado quase um mês, só prova a covardia do mesmo em querer colocar a população contra todo um setor, unicamente por mágoa, já que está com a ficha suja por culpa e responsabilidade exclusivamente sua: seja pelas contas públicas rejeitadas pelos vereadores ou pelas diversas denúncias formuladas pelos Ministérios Públicos (tanto de Pernambuco quanto o Federal) por atos considerados irregulares, ímprobos ou ilegais enquanto foi prefeito de 2009 a 2016. E é a imprensa a quem este mesmo indivíduo quer culpar de qualquer coisa?

Muito me deixa satisfeito o fato do Podcast Cafezinho, desde que começou suas atividades em fevereiro de 2020, buscar ir num sentido contrário aos demais que se apresentavam como imprensa na região. Se não fosse isso, dificilmente estaríamos aqui e ainda em crescimento. Desmentindo, inclusive, distorções causadas por aqueles perfis rasteiros em que o nome deste sujeito era citado e explicando de uma forma objetiva do que aquilo realmente se tratava. Esse trabalho não deixará de ser feito aqui, independente da canalhice proferida por ele.

Se existem parciais no meio da imprensa buiquense, como eu sei que podem existir, e o político tem provas robustas de que qualquer pré-candidato os comprou, que fosse homem o suficiente para citá-los nominalmente e apresentasse estas provas. Jogar para o achismo da galera é, repito, atitude de covarde. Generalizar uma categoria sem qualquer prova é coisa de gente covarde. Se alguém da imprensa viesse a fazer isso com a classe política buiquense, este seria o primeiro a demonstrar rechaço e indignação. E, enquanto figura pública, se esconder e não se explicar de forma pública sobre uma coisa grave e mentirosa que disse é, de novo, coisa de covarde, de irresponsável e de quem não merece voltar aos holofotes da história sob nenhuma hipótese, por um longo tempo.

Pelo menos aqui, eu acho que fui claro o suficiente. Bom, mais claro que os referidos nos exemplos aqui citados, com certeza, eu fui.

William Lourenço

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