OPINIÃO: DE VOLTA AO PORRE QUE É A VIDA NORMAL

 

O que boa parte dos brasileiros não queria, aconteceu: o Carnaval chegou ao fim e eles terão que voltar a encarar seus problemas. Nesta Coluna de Opinião, falaremos mais sobre os problemas de Buíque, no agreste de Pernambuco, e alguns fatos que poderão dar uma dor de cabeça típica de ressaca a muita gente (Imagem meramente ilustrativa. Foto de Douglas Mendes para Pexels)

Leia também: TCE- Consórcio de municípios pernambucanos, do qual Buíque faz parte, tem contas de gestão julgadas irregulares


NOTA AOS LEITORES: ao contrário de nossas reportagens, a Coluna de Opinião traz, como o próprio nome diz, a opinião de quem a escreve, baseada em fatos apurados.


Por William Lourenço


Bom, como o ano no Brasil só começa pra valer depois que o Carnaval acaba, começo esta coluna desejando a você um Feliz 2024!

Postes caindo, colares sendo roubados, cantores sendo esfaqueados, profecias "macetantes" apocalípticas e outras coisas ocorreram por todo o país nestes cinco dias de muita música alta, bebedeira e fornicação desenfreada numa festa que só a gente consegue fazer.

Eu aproveitei e, numa das raras vezes em que concilio dinheiro sobrando na carteira com a vontade de ficar bem longe do meu computador de trabalho, fui a Buíque no domingo com alguns amigos meus pra conferir as apresentações do Carnaval no município do agreste pernambucano. Como não sou de consumir bebida alcóolica (o que chega a ser contraditório pra quem vai a uma festa desse tipo), fui à base de Coca-Cola e lanches. Não teve tanta gente na Praça de Eventos (o que, pra mim, foi um fator positivo), não teve tanta confusão e, pra surpresa de muitos, a festa acabou às 11:30 da noite: meia hora antes do previsto. Só foi ruim pra voltar pra casa, pois as lotações só voltaram a circular às 5 da manhã de segunda-feira. Alguns foliões que haviam vindo de Arcoverde chegaram a dormir no ponto da lotação, próximo à sede da Prefeitura. Como se já não tivessem bastado as reclamações quanto às atrações propriamente ditas, dias antes...

Passado o porre do Carnaval, é hora de voltar a encarar o porre que é a vida normal... sob os efeitos, para muitos, da ressaca causada pelos excessos cometidos na festa.

A Câmara de Vereadores retoma suas atividades somente na próxima quarta-feira, dia 21. Dentre as pautas a serem analisadas nesse retorno, está a prestação de contas de Buíque referente ao ano de 2021, que havia sido analisada pelo Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco, recomendando a aprovação com ressalvas destas contas. Tal intensidade nas atividades legislativas diminuirá drasticamente em abril, quando se inicia o período de registros de candidatura no TSE e os vereadores focarão nas suas campanhas de reeleição.

Os pré-candidatos a prefeito anunciados até aqui, Túlio Monteiro e Jobson Camelo, passarão a intensificar suas presenças em comunidades rurais, distritos e bairros da zona urbana buiquense para assim, garantirem alguns votos desde já. Ainda que o nome de Miriam Briano tenha sido divulgado como mais uma opção de candidatura, não se sabe se sua investida para o cargo de Prefeita seguirá até, no mínimo, o dia 06 de abril (data final para os candidatos se filiarem a algum partido político).

Saindo da esfera politica, mas nem tanto, a justiça sairá do esquema de plantão e retomará com as análises de alguns processos. Dentre eles, um recurso movido pelo atual prefeito de Buíque, Arquimedes Valença, contra uma execução fiscal de mais de R$ 2,6 milhões em nome do político. Seu advogado argumenta que este valor de execução é alto demais para ele pagar, uma vez que seu salário como prefeito é de somente R$ 16 mil líquidos (o salário real é de R$ 22 mil, previstos inclusive em lei municipal) e que tal despesa, se paga, prejudicaria seu sustento e o de sua família, mesmo com decisões de instâncias inferiores dando aval para um pagamento parcelado desse valor. Resumindo: tentou buscar a assistência judiciária gratuita (que, na verdade, é paga com dinheiro público para quem realmente não tem condições financeiras de serem representadas por um advogado em processos na justiça), essa assistência foi negada e ele continua insistindo em recorrer dessa decisão. O processo está sob análise da Câmara Regional de Caruaru.

Já no Superior Tribunal de Justiça, Jonas Camelo é quem aguarda o resultado de um recurso movido por ele contra três acórdãos do Tribunal de Contas da União em que foi multado por irregularidades apontadas em convênios firmados pelo então prefeito de Buíque, de 2009 a 2016, com o governo federal. A relatoria é da Ministra Maria Thereza de Assis Moura, presidente da corte. Caso o recurso seja rejeitado, a inelegibilidade de Jonas, prevista para se encerrar em janeiro de 2027, poderá se estender por mais cinco anos, deixando-o de fora das eleições municipais de 2028 e até de 2032.

E isso porque ainda estamos no dia 14 de fevereiro...

O Carnaval acabou, amigos. De volta ao porre que é a vida normal...

William Lourenço

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