EXCLUSIVO: ESCOLA EM BUÍQUE FICOU TRÊS DIAS SEM ENERGIA POR FALTA DE PAGAMENTO

 

Fornecimento de energia da Escola Municipal João Bezerra de Brito, no Assentamento Dois Irmãos, foi cortado pela Neoenergia na última quarta-feira após a prefeitura do município do agreste pernambucano receber uma ordem de corte por falta de pagamento. Poço com dessalinizador próximo à escola também foi desativado. Somente no sábado, a energia foi restabelecida.


A Escola Municipal João Bezerra de Brito, que funciona no Assentamento Dois Irmãos, zona rural de Buíque, agreste de Pernambuco, teve seu fornecimento de energia elétrica cortado na última quarta-feira. Funcionários da Neonergia Pernambuco (concessionária de energia elétrica do estado) foram até o local com uma ordem de corte por falta de pagamento. Essa informação foi confirmada ao Podcast Cafezinho por um dos funcionários da Secretaria Municipal de Educação, que não quis se identificar.

Uma ligação foi feita para a secretaria no dia do corte de energia. O poço com dessalinizador, que funciona perto do prédio e que é conectado em sua rede elétrica à escola, acabou sendo desativado. Não se sabe com precisão, no entanto, quantos meses a conta de energia da escola estava em atraso. A própria Neonergia trabalha com o prazo de 15 até 90 dias após a notificação da conta atrasada ao consumidor para fazer o corte (conforme previsto no art. 172 da Resolução n. 414/2010/ANEEL).

As aulas da semana na escola tiveram que ser feitas com as luzes apagadas e sem que os professores pudessem utilizar aparelhos eletrônicos para, por exemplo, imprimir as atividades dos alunos em sala de aula. Do outro lado, os moradores do assentamento, próximo ao Distrito do Carneiro, tiveram seu abastecimento de água comprometido por três dias, uma vez que o dessalinizador só funciona à base da eletricidade.

Somente na tarde deste sábado, três dias após o corte, é que a eletricidade foi restabelecida na escola e no poço. Pelo menos, é o que alguns moradores das proximidades disseram.


SOBRE A ESCOLA


O atual prédio da Escola Municipal João Bezerra de Brito ficou pronto em 2016, após a assinatura de um contrato entre a Prefeitura de Buíque e o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), órgão federal responsável pelo assentamento. O contrato prevê uma autorização do INCRA ao município para que mantenha a escola funcionando na área, onde habitam cerca de 400 pessoas, por 10 anos. Ou seja, até 2026. Quem representou a Prefeitura na assinatura deste contrato foi o então prefeito Jonas Camelo.

Com o retorno de Arquimedes Valença em 2017, houve uma tentativa por parte da administração pública buiquense para que diversas escolas municipais situadas em sítios fossem desativadas, fazendo com que estes alunos fossem obrigatoriamente transferidos para escolas maiores, nos distritos urbanos mais próximos. A escola do Assentamento Dois Irmãos estava entre elas. As reduções no total de salas de aula e nas séries disponíveis foram algumas das manobras usadas para afastar os alunos e assim, ter uma justificativa para desativar a escola. Isto só não ocorreu por causa do contrato firmado com o INCRA, que ainda está em vigor.


SOBRE O POÇO


Já o poço instalado perto da escola faz parte das obras de abastecimento de água prometidos a Buíque e diversos municípios pernambucanos pelo SISAR (Sistema Integrado de Saneamento Básico), implementado pelo ex-governador Paulo Câmara em 2021.

Este era para ser um dos dois poços com dessalinizador prometidos pelo próprio prefeito Arquimedes Valença em agosto do ano passado, se não tivesse ocorrido o desvio de um destes aparelhos para a comunidade do Mundo Novo (já abordamos esse assunto aqui no site, só clicar aqui em cima e conferir). E o que hoje está instalado, foi entregue às pressas e com alguns dias de atraso.


NOTA: esta matéria poderá ser atualizada, caso haja alguma manifestação de qualquer parte citada sobre os fatos aqui descritos.

William Lourenço

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