Reprodução do quadro Martírio de Tiradentes, óleo sobre tela de Francisco Aurélio de Figueiredo e Melo |
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Por João Gabriel Silva
Muitos conhecem como sendo o dia de Tiradentes, contudo, não sabem da história por trás desse homem.
Bem, todos os que tiveram a oportunidade de frequentar a escola tiveram que apresentar um trabalho sobre Joaquim José da Silva Xavier, popular Tiradentes, que ficou famoso por ser “líder” da Inconfidência Mineira: um movimento separatista, emancipacionista e elitista que procurava a independência de Portugal ocorrido em 1789, e que contava com grande parte da elite mineira que não queria pagar tantos impostos à coroa.
Na época, o estado de Minas Gerais tinha as maiores reservas de ouro da colônia e, por isso, pagava pesados impostos como o chamado “Quinto” (taxa de 20% sob todo ouro retirado das minas, daí a expressão quinto dos infernos) e a “Derrama”, imposto que obrigava cada região aurífera (extratora de ouro) a recolher uma tonelada e meia de ouro por ano e entregá-lo para Portugal.
Como era de se esperar, isso não agradou muito. Ainda mais que, caso não conseguisse pagar a Derrama, os soldados portugueses invadiam as casas locais e tomavam bens e propriedades, até que o valor total dos confiscos chegasse ao imposto exigido.
A revolta contou com padres, poetas, comerciantes, militares, mineradores e um alferes e pequeno minerador que fazia uns bicos de dentista (daí a alcunha de Tiradentes). Alguns defendem que ele foi jogado no meio da bagunça como aquele que leva a culpa no lugar de outro, visto que ele foi o que sofreu a pior punição, sendo morto, esquartejado e exposto em público para servir de exemplo.
Tudo isso aconteceu devido à traição de Silvério dos Reis que caguetou todo o movimento: muitos foram presos, tiveram os bens confiscados, perderam seus títulos, mas o Joaquim levou a pior.
Passou um tempo esquecido e voltou à cena a partir da proclamação da República em 1889, onde procuraram criar toda uma simbologia de heróis brasileiros e se separar de tudo que lembrasse a monarquia e o passado colonial.
Já em 1965, Tiradentes se tornou patrono cívico da nação brasileira, pela Lei n.º 4.897.
Um detalhe interessante é que as pinturas feitas para representá-lo lembram a figura de Jesus martirizado, mito criado para enaltecer essa figura, pois historiadores defendem que o real Joaquim era bem diferente.
Bom, de mito criado o brasileiro entende muito bem...
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Opinião