OPINIÃO: E CONHECEREIS A VERDADE (QUE O LULA QUISER)

 

A quem tem amor ao próprio couro e não se deixa ser levado por conversa mole de político, percebe-se pouquíssima (ou quase nenhuma) diferença entre o atual Presidente e seu antecessor. Lançamento de plataforma de checagem de informações, pelo Governo, é só mais uma prova de que Lula e Bolsonaro, no fundo, são a mesma coisa.

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Por William Lourenço


Se tem uma coisa que os apoiadores do Presidente Lula estão tendo hoje em dia é trabalho (e dizem que esse pessoal não gosta disso).

Assim como os cegos e doentes apoiadores de Jair Bolsonaro tiveram para buscar explicações que justificassem todas as atrocidades cometidas por seu mito enquanto esteve no comando do país, a turma que fez o L "em nome da democracia" está tendo que ser muito criativa para não admitir que seu mito da esquerda vem cometendo diversos erros: de discurso e de ações também. E ele mal completou três meses de mandato.

É fato que Lula pegou uma terra arrasada por Bolsonaro (que já estava arrasada após 14 anos de governos petistas e quase um ano e meio de Temer). E também é fato que milagres não acontecem em somente três meses, mas nesse período, algumas prioridades precisam ser definidas para nortear as decisões que serão importantes aos brasileiros. E um cara que já teve duas oportunidades como Presidente da República sabe disso melhor que ninguém.

Existem hoje, no Brasil, cerca de 62,9 milhões de pessoas consideradas pobres (que recebem, em média, menos de meio salário mínimo por mês), segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas. Só de 2020 para 2021, a população pobre brasileira cresceu em mais de 9 milhões. O Lula se vendeu na propaganda eleitoral como o cara que ia tirar o pessoal da pobreza, dando picanha e cerveja a rodo. Pouco se fez, por enquanto: voltaram a usar o nome de Bolsa Família, alteraram alguns critérios para se pedir o benefício, mas a população pobre continua lá. OK, isso aqui é complexo e leva tempo pra ser resolvido. Vamos então às coisas mais imediatas...

Foi lançado nessa semana, pelo Governo Federal, uma plataforma de checagem de informações e combate à desinformação. Em suas próprias redes oficiais, o Presidente disse que "precisamos fortalecer uma rede da verdade". Essa ideia de jerico, é claro, recebeu merecidamente rechaço e deboche.

Que é importante prestar a devida atenção com aquilo que se consome como notícia, isso eu concordo. Que é imprescindível o devido combate às informações falsas, é óbvio que sou favorável: como jornalista, é minha função. Vou repetir: como jornalista, é minha função. Não é função do Estado.

Essa plataforma é mais um passo dado por Lula para tentar concretizar sua tara em regular a mídia nos mesmíssimos moldes da China e, mais recentemente, da Rússia. Todo aquele que divulgar alguma informação considerada desfavorável aos governos destes países (ainda não é o caso do Brasil) é preso, some misteriosamente, morre de forma misteriosa, é silenciado pra todo o sempre. A Nicarágua, comandada por Daniel Ortega, amigo do nosso presidente (e isso é fato público, por mais que o TSE tenha impedido a divulgação deste fato nas eleições do ano passado), é outro país onde jornalista que ousar informar a população sobre a corrupção e as falcatruas do governo de lá é punido. Manifestante contrário ao Ortega então... Putz... Porém, a plataforma não é o único meio de confusão que a turma do Luís Inácio está utilizando.

Os trocentos militantes adolescentes revoltados de condomínio, com foto de anime e desenho de foice no perfil do Twitter, replicam as mentiras que os blogueiros, youtubers e desinfluenciadores de fofoca contam. Método que (pausa dramática) era utilizado por Bolsonaro: a única diferença é que aqui, eram caras carecas de óculos escuros, aparentemente velhos, com uma bandeirinha do Brasil no perfil. Igualmente patéticos! Falsa simetria aqui, a quem vier reclamar, é se atrever a dizer que ambos não são a mesma porcaria. 

Bolsonaro tentou descredibilizar o trabalho da imprensa brasileira durante todo seu mandato, dizendo que a única verdade era a sua. Não se podia mostrar os erros dele, assim como o Lula está fazendo por onde que não se mostre os seus erros. E me espanta que aqueles que foram injustamente atacados por exercerem suas funções, ao trazer à tona os fatos que o público precisava saber sobre o que havia de podre na gestão bolsonarista, sirvam hoje de assessores de imprensa e vassalos do líder petista e sua conhecida corja. O caso do Paulo Pimenta com a Raquel Landim, da CNN Brasil, é outro exemplo dessa distorção nojenta que essa dita esquerda brasileira quer nos empurrar: distorção que, em nada, se difere do que a dita direita quis fazer.

Não há democracia sem o contraditório. Não há problema, aliás, se você discordar em um ou outro ponto do que disser. O problema começa quando você quer silenciar de todas as maneiras possíveis aquele que é contra o que você acredita... ou quando você é obrigado a concordar com tudo que o outro acredita. E quando se impõe a primeira opção, quem mais sai perdendo é o autoritário.

Aí não vai adiantar foder o senador, colocar seu advogado no lugar do ministro do STF, dividir o mesmo contador com facção, clamar pelas mulheres de grelo duro, falar que tal sítio era de um amigo ou mesmo fazer uma versão tupiniquim do "Ministério da Verdade" de George Orwell. Não adianta: certos erros não se consegue esconder. Ainda mais quando quem erra é o Presidente da República...

William Lourenço

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