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Uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas apontou os municípios com melhor e pior renda média do Brasil. O Mapa da Riqueza levou em consideração os dados disponibilizados do Imposto de Renda, pela Receita Federal, de 2018 a 2020. Segundo a própria FGV, "os critérios para declaração do imposto de renda atuam como uma linha de riqueza que permite identificar os residentes no país com maior poder de compra. Além disso, foi observado o patrimônio líquido declarado. Esta análise é útil para direcionar reformas nos impostos sobre a renda e sobre o patrimônio". A renda média da população brasileira, segundo o estudo, ficou em R$ 1.310.
Entre as unidades da federação com as melhores rendas médias do país, o Distrito Federal aparece em primeiro lugar, com uma renda média da população de R$ 3.148; seguido por São Paulo (renda média de R$ 2.093) e Rio de Janeiro (renda média de R$ 1.754). Florianópolis, Porto Alegre e Vitória são as capitais brasileiras com as melhores rendas médias da população. A renda média da população de Pernambuco é de R$ 684, deixando o estado na 18ª posição deste ranking.
Dentre os municípios com mais de 50 mil habitantes, Nova Lima (Minas Gerais) é o que tem a melhor renda média (R$ 8.897), seguido por Santana de Parnaíba (R$ 5.791) e São Caetano do Sul (R$ 4.768), ambas no estado de São Paulo.
Já Buíque, em Pernambuco, tem a quarta pior renda média populacional do Brasil, ocupando a posição 674 de um total de 677 municípios brasileiros que tem mais de 50 mil habitantes. A renda média da população é de R$ 97,07; só não sendo pior que Granja (no Ceará, com R$ 96,52); Viseu (R$ 94,79) e Ipixuna (R$ 70,63), ambos no Pará.
O patrimônio líquido (total) médio da população buiquense é de R$ 775. A renda média daqueles que têm que declarar Imposto de Renda é de R$ 4.605 e o patrimônio líquido médio dos declarantes é de R$ 36.774.
Somente 2,11% da população buiquense faz a declaração de Imposto de Renda à Receita Federal, o que dá pouco mais de mil e cem pessoas. A maioria dessas pessoas trabalha na Administração Pública ou na área do comércio. A declaração de Imposto de Renda é obrigatória para quem recebe rendimentos anuais acima de R$ 28.559,70 (valor definido para a Declaração de Imposto de Renda 2023).
Apenas para situá-los dos dados, estes são os valores considerados pela FGV para definir as chamadas Linhas de Pobreza:
• R$ 497 mensais (US$ 5,50/dia- Paridade do Poder de Compra/ 2011)
• R$ 289 mensais (US$ 3,20/dia- Paridade do Poder de Compra/ 2011)
• R$ 210 mensais (Linha de Pobreza Auxílio Brasil)
• R$ 281 mensais (Linha de Pobreza FGV Social)
• R$ 172 mensais (US$ 1,90/dia- Paridade do Poder de Compra/ 2011)
• R$ 105 mensais (Linha de Extrema Pobreza Auxílio Brasil)
A população pobre do Brasil (sendo a FGV, é considerado pobre quem recebe até R$ 497 mensais) chegou ao contingente de 62,9 milhões de pessoas, ou 29,6% da população brasileira, em 2021. Os estados com as maiores proporções de população pobre do Brasil, segundo o Mapa da Nova Pobreza, são: Maranhão (57,9%), Amazonas (51,42%) e Alagoas (50,36%).
Pernambuco aparece em quarto lugar, com 50,32% da sua população sendo considerada pobre. Houve um aumento de 8,14% na população pobre do estado entre os anos de 2019 e 2021.
O agreste de Pernambuco, onde Buíque está situado, tem a maior proporção de pobres do estado: 59,62% da população. É a 13ª mais pobre do Brasil. O que torna a situação do Agreste pior é que, de 2017 a 2021, a população pobre da região aumentou em 15,46%. A capital, Recife, tem a menor proporção de população pobre de Pernambuco (36,19%).
A mudança da pobreza de 2019 a 2021 por Unidade da Federação em pontos percentuais na pandemia, revela que o maior incremento se deu em Pernambuco (8,14 pontos percentuais), e as únicas quedas de pobreza no período foram observadas em Tocantins (0,95 pontos percentuais) e Piauí (0,03 pontos percentuais).
A pobreza nunca esteva tão alta no Brasil quanto em 2021, desde o começo da série histórica em 2012. Foi demonstrada nesta pesquisa que 2021 é ponto de máxima pobreza dessas series anuais para uma variedade de coletas amostrais, conceitos de renda, indicadores e linhas de pobreza testados. Vale lembrar que, de 2020 a 2022, houve a pandemia de COVID-19 que teve diversos impactos econômicos e sociais no mundo inteiro.