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Por William Lourenço
Como o título desta singela Coluna de Opinião já adiantou, 2022 foi um ano de derrotas para todos nós, brasileiros, em todos os aspectos.
No futebol, não bastasse a eliminação vexatória pra Croácia na Copa do Mundo da FIFA, que ocorreu no Catar, o Brasil ainda assistiu a Argentina vencer a França e se sagrar tricampeã mundial. Lionel Messi fez um gol de pênalti e Di Maria aumentou a vantagem sobre a França. Quando tudo já parecia definido, Kylian Mbappé deu o ar da graça no finzinho do tempo normal e fez os dois gols que levaram a disputa pra prorrogação. Aí coube a Messi, de novo, desempatar o jogo. Novamente, quando parecia que ia acabar ali, um pênalti a favor dos campeões mundiais de 2018 foi marcado, e Mbappé deixou mais um. Com isso, o atacante francês de 23 anos é um dos dois jogadores na história que marcaram três vezes em uma final de Copa do Mundo: o outro que conseguiu esse feito foi o inglês Geoff Hust, em 1966. Mbappé também entrou na lista dos maiores artilheiros de todas as Copas, com 12 gols (4 em 2018, e 8 em 2022): empatado com Pelé, com um gol a menos que Messi (que já disputou cinco edições) e quatro atrás do alemão Miroslav Klose (recordista com 16 gols). Essa marca pode ser passada por ele já na próxima edição, em 2026.
O 3 a 3 forçou a disputa de pênaltis. Os jogadores do Paris Saint Germain fizeram os seus. Nas demais disputas, o goleiro francês Lloris foi irreconhecível. Enquanto isso, o argentino Emiliano Martinez (imagem acima) defendeu um chute da França e ainda viu outro ir pra fora. Montiel acertou a quarta e última cobrança que deu a taça aos argentinos. Final dos pênaltis: 4 a 2, e os comandados de Lionel Scaloni se tornaram campeões do mundo após 36 anos, segundo maior intervalo de títulos da história da Copa (o maior foi o da Itália, entre 1938 e 1982).
A França entra no seleto grupo de campeões mundiais que disputam duas finais seguidas, mas que acabaram perdendo a segunda: os outros times foram o Brasil (ganhou em 1994 e perdeu em 1998 pra França) e a própria Argentina (que ganhou em 1986 e perdeu em 1990). Os hermanos se tornaram a terceira seleção a vencer uma Copa numa disputa de pênaltis: os outros foram o Brasil em 1994 e a Itália em 2006 (pra França).
Mas voltando ao tema central desta Coluna, na única coisa onde os brasileiros demonstraram ser bons, não só saíram mais cedo, como ainda tiveram que ver seus rivais históricos celebrando a conquista. Como se já não tivesse bastado toda a desmoralização que o Brasil vinha passando perante o planeta por conta da política. E agora, com o novo velho presidente Lula e os diversos sinais que sua equipe de transição já deu, 2023 não será, nem de longe, um ano mais tranquilo para nós. Tampouco de bom protagonismo no mundo.
O fato dos argentinos, quando podem e quando querem, chamar a nós, brasileiros, de macacos e de nos tratar mal sempre que encontram uma brecha me fez torcer contra eles. Certo que, como brasileiros e, para os hermanos, como macaco, ainda temos banana para comer enquanto eles não, mas isso é outra história... O cúmulo de tal humilhação foi, justamente, o fato de muitos brasileiros (mesmo sabendo do mau caratismo dos "europeus de Buenos Aires") declarar apoio a esta seleção.
Pelo fato de terem ganhado a Copa, a Associação Argentina de Futebol receberá da FIFA o montante de R$ 222 milhões. Com o dinheiro, dá pra fazer um bom banquete de comemoração no fim de ano pros jogadores e distrair a população dos problemas sociais e econômicos que o país, comandado por Alberto Fernandéz e pela condenada em primeira instância Cristina Kirchner, enfrenta. A França, vice-campeã, sai com míseros R$ 159 milhões.
E o Brasil sai com a "chave de bosta" nas mãos pra encerrar esse ano infeliz de 2022 e, quem sabe, começar 2023 menos pior. Em todos os aspectos.