OPINIÃO: O DIA DEPOIS DE ONTEM

 

Votação de ontem mostrou que o ódio ao PT em todo o Brasil e seu maior representante ainda é maior que a oposição ao candidato à reeleição. Velhos conhecidos da politica foram expulsos pelo voto em alguns estados e onda bolsonarista chega com mais força nas casas legislativas.

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Por William Lourenço


Ontem, dia 2 de outubro, mais de 123 milhões de pessoas em todo o Brasil foram, de fato, votar para Presidente da República, Governadores, Deputados Federais, Estaduais e Senadores em 26 estados e no Distrito Federal.

Embora mais de 156 milhões estivessem devidamente aptos a votar, a abstenção (índice daqueles que, mesmo o voto sendo obrigatório, decidiram não ir) foi o maior desde 1998: 20,95%, ou 32.766.498 pessoas.

Em Pernambuco, por exemplo, 18,2% dos eleitores, ou 1.277.050 pessoas, se abstiveram de ir votar.

Tamanha abstenção já era esperada por causa dos dois principais candidatos ao Palácio do Planalto: Lula e Jair Bolsonaro, que embora tenham uma parcela de fanáticos considerável, também são os candidatos mais odiados pelo eleitorado. E justamente por causa dessa abstenção, além dos votos brancos (quase 2 milhões) e nulos (quase 3,5 milhões), que a vitória em primeiro turno, que era dada como certa por ambos os lados, se transformou na frustração de ter que pedir mais votos até o dia 30, data do segundo turno de votações.

O petista terminou com 48,43% dos votos, enquanto que o representante do PL obteve 43,2% dos votos. Simone Tebet e Ciro Gomes também serviram como freio para que o atual e o ex-presidente pudessem ter alguma chance de ganhar a disputa já ontem. A emedebista obteve ainda 4,16% dos votos e o pedetista, 3,04%. Mesmo enfraquecido pelos covardes ataques do PT e seus aliados por criticá-los, sobretudo nos escândalos de corrupção, Ciro Gomes ainda é visto como peça crucial para a vitória por ambos os lados.

Agora, Lula e Bolsonaro, que se esforçaram em menosprezar os eleitores destes candidatos com a falácia do voto útil e até mesmo com duros ataques as suas candidaturas, precisarão mendigar estes votos se quiserem uma vitória mais tranquila.

Se, por um lado, Jair Bolsonaro começou saindo em desvantagem nos votos pra ele à Presidência, por outro ele se saiu vitorioso com o número de apoiadores eleitos e no segundo turno pra governos estaduais, além dos representantes nas assembleias legislativas, câmara e senado.

Em São Paulo, mais visado colégio eleitoral do país, Tarcísio de Freitas, seu ex-ministro da Infraestrutura, conseguiu ir pro segundo turno na frente de Fernando Haddad. Com isso, o PSDB, partido que era representado pelo atual governador Rodrigo Garcia, deixa o Palácio dos Bandeirantes depois de 28 anos. O astronauta Marcos Pontes, ex-ministro da Ciência e Tecnologia, ganhou a vaga para o senado. Dos 70 deputados federais que o estado têm direito, pelo menos três deles estão entre os cinco mais votados: Carla Zambelli, Eduardo Bolsonaro e Ricardo Salles (ex-ministro do Meio Ambiente). O ex-secretário de Cultura, Mário Frias, também está dentre os eleitos.

No Rio de Janeiro, Cláudio Castro foi reeleito governador. Romário garantiu mais 8 anos no senado. Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, foi eleito deputado federal com a segunda maior votação do estado. Otoni de Paula, Hélio Negão, Carlos Jordy, Marcelo Crivella e o delegado Alexandre Ramagem (aquele da Polícia Federal) também estão entre os novos eleitos à Câmara.

Em Minas Gerais, Nikolas Ferreira se tornou o deputado federal mais votado dentre todos no país, com quase 1,5 milhão de votos. O estado também reelegeu Romeu Zema como governador.

No Rio Grande do Sul, o ex-ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni conseguiu ficar na frente, e disputará o segundo turno de governador com Eduardo Leite. O atual vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, será senador a partir de janeiro do ano que vem.

Em Santa Catarina, Jorginho Melo disputará o segundo turno com o petista Décio Lima. No Paraná, Ratinho Júnior se reelegeu governador com quase 70% dos votos. As novidades são nas eleições de Sérgio Moro como senador e Deltan Dallagnol como deputado federal. A esposa de Moro, Rosângela, foi eleita deputada federal por São Paulo.

No Espírito Santo, Manato disputará o segundo turno ao governo do estado com Renato Casagrande. Magno Malta volta ao senado. Goiás reelegeu Ronaldo Caiado como governador. Wilder Morais, do mesmo partido de Bolsonaro, se elegeu senador.

Mato Grosso votou em Mauro Mendes como novo governador. Wellington Fagundes, do PL, irá pro senado. Mato Grosso do Sul terá segundo turno entre Capitão Contar e Eduardo Riedel, ambos bem vistos pelo atual presidente. Teresa Cristina, ex-ministra da Agricultura, foi eleita senadora.

Subindo para o Nordeste, região tradicionalmente petista, vemos que em alguns estados, o bolsonarismo também conseguiu alguns feitos. Em Alagoas, por exemplo, o atual presidente da Câmara, Arthur Lyra, garantiu mais quatro anos de deputado federal sendo o mais votado de seu estado.

Aqui em Pernambuco, o Pastor Junior Tércio foi o deputado estadual mais votado. Sua esposa, Clarissa, está entre os federais mais votados, junto de André Ferreira. O Coronel Feitosa vai pra Alepe como segundo mais votado. O candidato ao governo do estado, Anderson Ferreira, embora tenha ficado fora do segundo turno, ainda obteve quase 900 mil votos e foi crucial também para ajudar a tirar o candidato Danilo Cabral, oficialmente apoiado por Lula, da disputa, enxotando o PSB do Palácio do Campo das Princesas após 16 anos. Marília Arraes e Raquel Lyra disputarão o segundo turno no dia 30.

Não falarei de todos os estados aqui porque o tempo é curto, mas em resumo: aos que achavam que o bolsonarismo estava enfraquecendo no país, com esse resultado, tomou um tremendo balde de água fria. Pros petistas tirarem ele da presidência no dia 30, a missão será muito mais difícil do que o previsto. Porque, pra pelo menos 99 milhões de eleitores, o lulopetismo ainda consegue ser pior pro Brasil. O segundo turno só servirá pra ver quem dos dois, com todos os seus erros e até crimes, conseguirá ser menos odiado.


DEPUTADOS DE PERNAMBUCO

Agora, nós traremos aqui uma lista com todos os 25 deputados federais e 49 deputados estaduais eleitos em Pernambuco.

Os próximos representantes do estado na Câmara são:

André Ferreira, Clarissa Tércio, Pedro Campos, Silvio Costa Filho, Fernando Filho, Waldemar Oliveira, Túlio Gadelha, Carlos Veras, Eduardo da Fonte, Clodoaldo Magalhães, Maria Arraes, Iza Arruda, Augusto Coutinho, Pastor Eurico, Fernando Monteiro, Eriberto Medeiros, Lula da Fonte, Lucas Ramos, Guilherme Uchoa Junior, Coronel Meira, Felipe Carreiras, Mendonça Filho, Luciano Bivar, Fernando Rodolfo e Renildo Calheiros.

Já os 49 deputados estaduais de Pernambuco são:

Pastor Junior Tércio, Coronel Feitosa, Delegada Gleide Angelo, Antonio Coelho, Rodrigo Novaes, Eriberto Filho, João Paulo, Gilmar Junior, Chaparral, Francismar, Gustavo Gouveia, Doriel, Aglailson Victor, Romero Sales Filho, Luciano Duque, Danilo Godoy, William Brigido, Antonio Moraes, Claudiano Filho, Simone Santana, France Hacker, Adalto Santos, Jeferson Timoteo, Debora Almeida, Pastor Cleiton Collins, Fabrizio Ferraz, Mario Ricardo, Joaquim Lira, Romero, Renato Antunes, Alvaro Porto, Kaio Maniçoba, Jarbas Filho, Rodrigo Farias, Waldemar Borges, Henrique Queiroz Filho, José Patriota, Abimael Santos, Sileno, Diogo Moraes, Rosa Amorim, João Paulo Costa, Dani Portela, Joel da Harpa, Socorro Pimentel, João de Nadegi, Joãozinho Tenório, Izaías Régis e Nino de Enoque.

William Lourenço

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