Reprodução do quadro "Independência ou Morte", pintada por Pedro Américo em 1888 e que se encontra exposta no Museu do Ipiranga, em São Paulo. |
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Por João Gabriel Silva
Na escola, fomos acostumados a acreditar que a independência do Brasil foi feita por Dom Pedro I às margens do Rio Ipiranga. montado em seu cavalo branco. de espada em punho, cercado de pessoas e bradando a famosa frase “independência ou morte”. Essa fama se deve graças ao quadro do artista Pedro Américo (imagem acima), que o fez sob encomenda de Dom Pedro II na já decadente monarquia brasileira, em 1888.
Entretanto, o verdadeiro grito foi muito menos pomposo e até engraçado. Uma vez que, Pedro estava montado em uma mula, vinha de uma de suas aventuras amorosas e ainda por cima estava com uma bela dor de barriga. Fazendo uma piada infame que normalmente meu amigo William faria aqui, a nossa Independência veio, literalmente, de uma cagada do Dom Pedro I.
Podemos dizer que, ao invés de uma espada, ele estava com folhas de mato para se limpar no momento. Como podemos ver, não foi tão glamuroso o tão idolatrado grito.
Vale salientar que o processo de independência começou bem antes e que Pedro estava relutante até o último momento em tomar uma atitude, porém aprendemos também que ele foi o único responsável por esse feito. Bom, isso também não está correto.
Algumas pessoas foram fundamentais para tal, entre eles estão José Bonifácio de Andrada e Silva e a princesa Leopoldina, que fora por muito tempo deixada de lado pela história.
Leopoldina, por sinal, tomou todas as providências para a realização desse momento: enviou cartas ao marido, advogando a favor do rompimento (inclusive a carta de independência foi assinada por ela antes mesmo de Pedro I). Ressalte-se que ela era uma mulher de rara inteligência e que pensava à frente de seus pares. Isso, mais uma vez, foi jogado de lado pela história, já que nas adaptações televisivas e cinematográficas se têm uma visão caricaturizada dela como a mulher traída, conformada e que apenas cuidava dos filhos.
A independência brasileira não foi tão popular, ou do conhecimento e participação da maioria do povo, pois ela era composta de escravos, analfabetos e outros com condições financeiras inferiores. Para se ter uma ideia, a cada dez pessoas que viviam no Brasil àquela época, três eram escravizadas: amostra de uma sociedade escravocrata e desigual.
Enfim, 200 anos se passaram e algumas coisas mudaram, outras nem tanto. Esse ano de 2022 é atípico: estamos saindo de uma pandemia mundial, temos eleições logo mais, fantasmas do passado nos ameaçam, como o famigerado golpe Militar citado e entoado pelo atual presidente...
O país está dividido e dilacerado econômica e socialmente. Tememos o dia de amanhã, vivemos a incerteza que se vivia em 1822, só que em outro contexto.
Por fim, o 7 de setembro e a bandeira brasileira são símbolos nacionais, ou seja, de todos nós. Representam a união de nossa nação frente as dificuldades e a dura realidade de nosso povo, não é e jamais será o símbolo de aspirações ditatoriais de um grupo de bananas que viram diariamente as costas para sua própria história.
Viva o Brasil!!
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