Imagem: Reprodução/ Assessoria de Comunicação do Tribunal Superior Eleitoral |
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Por William Lourenço
Neste 10 de julho, em que lembramos que faltam doze semanas para as eleições presidenciais no Brasil, três fatos violentos relativos à política (um deles nem ocorreu no Brasil) nos fazem lembrar também de como o amor, ou o ódio, exagerado a um político é doentio aos envolvidos e ao próprio país.
Na sexta-feira, enquanto discursava na cidade de Nara, no Japão, o ex-premiê Shinzo Abe, de 67 anos, foi assassinado com um tiro de espingarda caseira nas costas. O matador, um ex-agente das Forças Armadas do país, foi capturado imediatamente pelos agentes que deveriam ter feito a segurança do político japonês. O suspeito admitiu que cometeu o crime por rancor de uma organização religiosa, da qual Abe supostamente fazia parte. Por causa dessa organização, a família de Tetsuya Yamagami quase faliu.
No sábado, em uma reunião com seus colegas de partido, o ex-presidente e pré-candidato à Presidência Lula (PT) fez questão de agradecer publicamente a um de seus "companheiros" por tê-lo defendido e até ter sido preso por causa disso. O companheiro é Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT, que agrediu um empresário em São Paulo no ano de 2018, quando um mandado de prisão contra o petista de 76 anos foi expedido pelo ex-juiz Sérgio Moro. Carlos Alberto Bettoni foi empurrado por Maninho, se desequilibrou, bateu a cabeça em um caminhão e ficou desacordado. O crime ocorreu em frente à sede do Instituto Lula. Maninho ficou sete meses preso por tentativa de homicídio. O filho dele também foi preso.
Já neste domingo, foi a vez de um guarda municipal e ex-tesoureiro do PT ser morto na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná. Marcelo Aloizio de Arruda comemorava seus 50 anos, com uma festa completamente decorada com o tema... Lula! O assassino, identificado como Jorge José da Rocha Guaranho, policial penal federal, invadiu o local onde ocorria a comemoração e, segundo consta no Boletim de Ocorrência, gritou a frase "aqui é Bolsonaro", retirou-se, voltou armado minutos depois e atirou no aniversariante. Marcelo revidou, e Jorge foi atingido, porém foi informado que ele sobreviveu. Detalhe: eles não se conheciam. O caso é tratado como intolerância política, muito mais pelo fato de um petista ter sido vitimado.
E qual a conclusão que chegamos após esses casos escabrosos?
O extremismo criado por esquerda e direita (obviamente, com exceção do assassinato no Japão), mais precisamente por Lula e Jair Bolsonaro, se prova cada vez mais danoso e letal. Isso começou ainda em 2018, com a prisão do Lula e a inevitável ascensão de Bolsonaro até a Presidência, e só piorou de lá pra cá.
Por meio da violência, os ditos apoiadores desses candidatos tentam impor a quem discorda deles que seus "deuses" são a salvação do país, e que você é obrigado a votar em um deles. É uma rivalidade de dois times igualmente perdedores: não ganham no jogo limpo, apelam à pancadaria. Repito: cada vez mais pessoas estão se enojando tanto de um quanto de outro, ainda que pesquisas eleitorais suspeitas lançadas a cada semana tentem demonstrar o contrário.
Apenas para esclarecimento, as pesquisas eleitorais são realizadas por amostragem: pegam um pequeno grupo de pessoas, no máximo duas mil, com características que se assemelhem a todas as classes sociais e econômicas existentes (ao menos, é isso que eles querem que você pense) e perguntam a elas em quem votariam, dentre uma lista já feita pelo instituto. O problema é que essa amostragem não pega, de fato, todas as classes e regiões do país e, pelo fato de existirem muitos institutos de pesquisa, os resultados divergem de forma descarada: em uma, o Lula é líder, em outra, o Bolsonaro é líder... Enfim, as pesquisas são mais para tentar empurrar um voto conveniente àquele instituto ou a quem pagou pela pesquisa aos indecisos ingênuos, do que necessariamente demonstrar verdadeiramente a opinião pública acerca do cenário eleitoral.
Os históricos de ambos os candidatos fazem com que qualquer cidadão com o mínimo de decência não queira ouvir seus nomes de jeito nenhum, quanto mais votar em um deles. E, nas mesmas pesquisas que citei como suspeitas, os dois têm os maiores índices de rejeição entre todos os candidatos, ou seja, os selecionados na amostragem declaram que não votariam neles de jeito nenhum. Então como esses mesmos podem ser líderes em intenções de voto? Não faz o menor sentido!
E se você já está perplexo ou perplexa com a canalhice dessa turma do "vamos todos dar a bunda contra o vamos todos ter uma arma", já lhe aviso que até 02 de outubro vai piorar. E se um desses safados ganharem ou os dois irem ao segundo turno, a porrada vai comer solta em todo o Brasil. Lulistas e bolsonaristas, literalmente, lutarão pra não perderem a mamata. E a "terceira via" só está no seu cantinho, comendo pipoca e vendo o couro comendo, esperando ganhar a eleição por W.O.