OPINIÃO: DOZE SEMANAS PARA O CAOS

Imagem: Reprodução/ Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco

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Por João Gabriel Silva

Em 2 de outubro deste ano, o Brasil passará por um processo costumeiro que se repete a cada 4 anos: as eleições. Esses, há um bom tempo, transcorrem de forma tranquila. Isso desde finais dos anos 80 ao início dos anos 90, ou seja, no período pós Ditadura Civil-Militar (1964-1985), que foi um período sombrio na história recente de nosso país. 
O Brasil tem, como costume, passar por momentos turbulentos: desde a monarquia, passando pelo império e chegando aos tempos republicanos.
O termo crise se tornou rotineiro no vocabulário tupiniquim. Por exemplo, mais recentemente tivemos as ondas de protestos no ano de 2013, passamos por um processo de Impeachment em 2016, e tudo isso serviu para trazer uma onda conservadora que alcançou seu ápice em 2018, com a eleição de Bolsonaro.
Tudo caminhava razoavelmente bem, até que, em 2020, o mundo foi atingido pela pandemia de Covid-19. Aí, como se diz popularmente, “o caldo desandou”. O presidente começou a demonstrar a sua incompetência para gerir crises.
Não se pode dizer que foi uma surpresa geral, uma vez que ele passou 28 anos como deputado com quase nenhum projeto apresentado e aprovado por seus pares. Nisso, “alguns” começaram a ver que a eleição de Bolsonaro se deu mais por incapacidade de outro candidato conseguir o apoio necessário e por um gigantesco anti-petismo que tomou conta da sociedade brasileira.
Somado a isso, teve o fato do ex-presidente Lula ser preso e condenado: coisa que evitou a sua possível candidatura naquele momento.
Um conjunto de fatores criou o resultado do pleito de 2018, que levou alguém notadamente incapaz cultural e intelectualmente de gerir um país continental e plural como o nosso ao cargo mais importante da nossa jovem e ainda vulnerável República.
Passados 4 anos daquele fatídico momento, estamos novamente às vésperas de uma nova eleição (ou reeleição), já que os favoritos não representam uma novidade que seria tão necessária nesse período dramático que passamos. 
Para se ter uma ideia, voltamos a ocupar um lugar no mapa da fome da ONU. Milhões de brasileiros nesse instante não sabem se sobreviverão a mais um dia sem ter o que comer. O presidente se preocupa mais com o discurso do “nós contra eles”, que é algo ridículo, do que com "o que ele está fazendo por nós".
Compreensível, já que é difícil a compreensão para essa parcela de pessoas acéfalas, que se preocupam mais com questões morais, que nem elas mesmas obedecem, do que com questões sociais, alimentares, estruturais, etc.
Outubro será o momento de decidir o que vamos enfrentar no futuro próximo, e infelizmente não temos grandes opções. Ao que tudo indica, no final será uma (RE)eleição para o cargo de presidente. Pense bem: você pode ser o estopim da mudança. Ou não. Faltam doze semanas para as Eleições 2022.

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