 |
| Foto de Polina Kovaleva: https://www.pexels.com/pt-br/foto/texto-6185245/ |
Esta Coluna de Opinião é trazida a você pelo livro "Se Você Ficou Até Aqui...- As Melhores Colunas de Opinião do Podcast Cafezinho": adquira já o seu exemplar clicando aqui
Por William Lourenço
Leia também: Opinião- Vem Aí a Pior Eleição Presidencial de Todos os Tempos
Neutralidade: no dicionário, se refere ao ato de se abster de tomar qualquer partido, de defender um ou outro lado. A imparcialidade, por exemplo, que tanto é citada no trabalho jornalístico só existe se o profissional se mantiver neutro ao fato. Até para que ele possa fazer um trabalho da forma mais decente possível, é necessário que ele não se contamine perante opiniões tendenciosas daqueles que participaram diretamente do fato. É olhar a situação de uma distância segura o bastante para falar o que realmente precisa ser falado, a todo mundo. Aqui, ser neutro pode ser bem visto.
No campo político, a neutralidade se refere ao ato de não apoiar integralmente nenhum candidato. Aqui, ser neutro significa virar saco de pancada de ambos os lados.
O mais recente exemplo é o do apresentador e jornalista Tiago Leifert. Em entrevista ao também jornalista Rica Perrone no YouTube, quando questionado sobre quem escolheria como Presidente entre Lula e Jair Bolsonaro, ele simplesmente disse que não escolheria nenhum dos dois. Rica, metaforicamente, o provocou dizendo que ele teria que escolher um, por estar com uma arma na cabeça. Leifert completou sua resposta: "pode atirar".
Não bastasse isso, ele ainda disse que a imprensa no Brasil, em sua ampla maioria, tinha se tornado de esquerda. Inclusive a TV Globo, onde trabalhou por uma década. Não demorou nada para aqueles que endeusam o petista começar a atacá-lo por sua opinião. E o que é pior: com a justificativa de que somente votando em seu candidato, a democracia estaria defendida. Até pra mim, que sou bem menos relevante que ambos (e tenho consciência disso), essa merda respingou no Twitter. Só não colocarei as respostas aqui porque todas elas têm a mesma mensagem: quem não votar no PT, é automaticamente antidemocrático e quer que o Brasil seja um país fascista.
Mas voltando ao Tiago Leifert, quem resolveu se meter na discussão foi o youtuber Felipe Neto, falando que a opinião do apresentador era inválida por ele, em suas palavras, "odiar pobre". Felipe é petista assumido (o que é problema dele), porém se formos resumir discussão política a quem não é rico no Brasil, ele devia ser o primeiro a calar sua boca e não emitir opinião nenhuma. Tristemente, ele é um dos que mais contribuem com a pasteurização da idiotice em nosso país e apela às ofensas, muitas delas de cunho pessoal, a todo aquele que discorda do que ele escreve como certo em seu perfil fechado no Twitter. Não foi diferente com o Leifert. Isso sim é postura de gente inferior, no sentido intelectual.
Os bolsonaristas, no entanto, são exatamente a mesma coisa dos lulistas no que se refere ao endeusamento e à blindagem de seu candidato favorito. Para eles, nada que Jair Bolsonaro fez de errado em seu mandato deve ter punição, uma vez que se isso for feito, o Brasil vira um país comunista. Até o nome de Deus é usado em vão para a defesa desse cara, e olha que seus apoiadores se dizem cristãos (esquecendo de um dos Dez Mandamentos, obviamente):
