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Por João Gabriel Silva
Difícil dizer, já que têm surgido os “sociopatas" da democracia: pessoas que pensam apenas em si mesmas, sem senso moral (ou quando o têm, ele é deturpado), nem consciência.
Temos visto, repetidas vezes, demonstrações autoritárias de um presidente que diz defender família, moral e bons costumes, porém resta explicar qual família, qual moral e quais os bons costumes, uma vez que ele não é exemplo em nenhum desses campos. Pelo menos, não um bom exemplo: apenas seus fanáticos mais acéfalos ainda caem nesse conto.
Tudo que é garantidor da democracia está sendo atacado por esta turba (pode-se discutir o papel do STF, não é essa a questão). A bola que voltou a circular na área foi a credibilidade das urnas eletrônicas e do sistema eleitoral no geral, que, diga-se de passagem, teve sua eficácia comprovada repetidas vezes desde que passou a ser utilizada no Brasil, em 1996.
Entretanto, os ditos Minions (infeliz comparação com os simpáticos personagens da franquia Meu Malvado Favorito) questionam e querem a implementação do voto impresso, o que deve ser classificado, no mínimo, como um retrocesso.
Vale ressaltar que o voto impresso no Brasil, em tempos mais remotos, mais prejudicava do que ajudava as eleições, pois os fiscais eram subordinados aos coronéis eleitorais que mandavam e desmandavam em seus redutos.
Obviamente, essa turma não é muito interessada em História. Nem em qualquer estudo de matéria nenhuma. Percebe-se isso ao ver que alguns pedem intervenção militar com Bolsonaro no poder. Algo meio estranho e, para quem entende o mínimo de hierarquia, passível de sair somente da boca de um imbecil.
Isso porque ele, um simples capitão (expulso por terrorismo no próprio quartel nos anos 80, porque queria um salário maior) jamais daria ordens aos demais Generais no caso dessa tão sonhada ditadura.
Contudo, e infelizmente, alguns desonrosos militares de alta patente, presentes na cúpula das Forças Armadas, por amor ao próprio cargo e ao atual presidente, têm reproduzido esse mesmo discurso, dando, em termos chulos, mais caldo à bosta.
Para nossa sorte, essa é uma turma consideravelmente pequena e irrelevante, mas todo cuidado é pouco. Nossa democracia tem menos de 35 anos e ainda está em constante construção. É como um castelo de areia. Esses maus militares, incluindo Bolsonaro e sua turma, podem ser entendidos aqui como aqueles moleques gordos que chegam de repente pra tentar derrubar o castelo à base do pontapé e arranjar confusão com quem nem conhece. Já tivemos um exemplo bem claro, num passado não tão recente, do que acontece quando se dá corda a essa gentalha. Questionar, exigir e contribuir com melhorias para o andamento do processo eleitoral e da própria democracia é uma coisa. Agora, questionar o andamento do processo eleitoral para blindar o seu candidato já é safadeza.
É preciso cautela, e não cair nessa jogada. Faltam menos de cinco meses para as Eleições 2022.
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