Esta Coluna de Opinião é trazida a você pelo livro "Se Você Ficou Até Aqui...- As Melhores Colunas de Opinião do Podcast Cafezinho": adquira já o seu exemplar clicando aqui
Por João Gabriel Silva
Jornalista (DRT 0007293/PE) e Historiador formado pela Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde (AESA)
Que tem ideias tão modernas
E é o mesmo homem que vivia nas cavernas...
Engenheiros do Hawaii
Guerra.
O mundo volta a ser assolado por um conflito que, por enquanto, está restrito ao
leste europeu: Rússia e Ucrânia estão no centro das atenções do mundo. O medo
de uma terceira guerra mundial paira sobre alguns, mesmo sendo bastante improvável
tal acontecimento, uma vez que isso poderia significar o fim do planeta que
conhecemos.
A diplomacia mundial tenta resolver pacificamente esta contenda que têm raízes históricas ligadas ao fim da Guerra Fria e da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) ocorrida na primeira metade da década de 90, que deixou muitas questões mal resolvidas que reverberam até os dias atuais e que surgem par atender os desejos autocráticos do Presidente Russo Vladimir Putin, que ascendeu politicamente no final da União Soviética. Para entendermos melhor esse conflito, vamos voltar um pouco no tempo.
A diplomacia mundial tenta resolver pacificamente esta contenda que têm raízes históricas ligadas ao fim da Guerra Fria e da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) ocorrida na primeira metade da década de 90, que deixou muitas questões mal resolvidas que reverberam até os dias atuais e que surgem par atender os desejos autocráticos do Presidente Russo Vladimir Putin, que ascendeu politicamente no final da União Soviética. Para entendermos melhor esse conflito, vamos voltar um pouco no tempo.
A URSS tem início
logo após a Revolução Russa em 1917 com a queda dos Romanov e o início do governo
socialista liderado por Vladimir Lênin, seguido por Stálin, que governou com
mão de ferro até sua morte em 1953. A isso seguiu-se o governo de Nikita Kruschev, que implementou uma desestalinização, denunciando os crimes praticados por ele e
fazendo gradativas mudanças na condução do país. Mesmo assim, a URSS continuou
tendo papel relevante nas geopolítica mundial, uma vez que vivia-se o contexto
da Guerra Fria — disputa entre EUA e URSS pelo controle político e econômico pós-Segunda Guerra Mundial, onde esses dois países tinham um incrível arsenal
nuclear que poderia destruir o mundo. Porém eles não entravam em confronto
direto, era algo mais ideológico —, onde esta financiava disputas em países que
tentavam implementar o “comunismo”.
Na
segunda metade da década de 80, Mikhail Gorbachev assumiu o país em meio
a uma crise sem precedentes, fruto de sucessivos erros na busca por ganhar dos EUA. O caos reinava e era preciso transformações drásticas. Duas mudanças foram implementadas
por Gorbachev: a realização de duas reformas conhecidas como Glasnot
(transparência política) e Perestroika (reconstrução econômica). Não deu certo,
pois isso mexia com interesses caros às oligarquias políticas que queriam
manter-se no poder. Um golpe militar foi tentado. Contudo, não obteve sucesso, e
Gorbachev continuou no poder até não conseguir mais se sustentar e renunciar ao
governo. Ao final do ano de 1991, terminava-se a URSS dando lugar a uma liga de
estados independentes: Rússia, Belarus, Estônia, Ucrânia e outros, totalizando
15 países ao todo.
Nesse contexto, o principal ator desta guerra que estamos assistindo nesse momento ascendeu até tal posto. Durante esse período, Putin cresceu dentro da principal agência de inteligência russa, a KGB (Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti) ou, em português, Comitê de Segurança do Estado. Entretanto, essa história é cercada de mistérios e imprecisões.
Fato é que Putin galgou altos postos e estabeleceu contatos importantes com políticos e empresários que foram beneficiados com a queda da União Soviética, os chamados Oligarcas Russos. Isso lhe rendeu a indicação de suceder Boris Iéltsin no ano de 1999. Desde então, ele se mantém no poder reprimindo opositores e fazendo diversas mudanças constitucionais que lhe permitem permanecer no poder indefinidamente.
Feito esse aporte histórico, voltemos ao foco: Putin, nascido e inserido nesse contexto, como muitos outros russos, nunca aceitou de bom grado perder os territórios da URSS. Ainda mais que essas ex-nações soviéticas vêm se aproximando cada vez mais do ocidente e dos Estados Unidos, tornando-se membros da União Europeia e da Otan — Organização do Tratado do Atlântico Norte, criada em 1949 depois do final da Segunda Guerra Mundial e reunindo países ocidentais encabeçados pelos EUA, que têm estabelecido bases militares em territórios próximos a Rússia, segundo Putin, ameaçando o país dele. Nesse escopo, a Ucrânia sinalizou aderir à Otan. Isso foi mais um pretexto para o líder russo se lançar ao ataque, visto que desde 2014 há menção a tal fato, já que o território da Crimeia foi anexado ao governo do Kremlin.
Segundo Putin, há outras razões para esse ataque: de acordo com ele, a Ucrânia está tomada por neonazistas, mesmo o presidente ucraniano (Volodymyr Zelensky) sendo judeu. Ou seja, ele quer criar além da “narrativa” de uma ameaça americana, a lembrança cultural das provações passadas pelo povo russo causadas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Nesse contexto, o principal ator desta guerra que estamos assistindo nesse momento ascendeu até tal posto. Durante esse período, Putin cresceu dentro da principal agência de inteligência russa, a KGB (Komitet Gosudarstvennoi Bezopasnosti) ou, em português, Comitê de Segurança do Estado. Entretanto, essa história é cercada de mistérios e imprecisões.
Fato é que Putin galgou altos postos e estabeleceu contatos importantes com políticos e empresários que foram beneficiados com a queda da União Soviética, os chamados Oligarcas Russos. Isso lhe rendeu a indicação de suceder Boris Iéltsin no ano de 1999. Desde então, ele se mantém no poder reprimindo opositores e fazendo diversas mudanças constitucionais que lhe permitem permanecer no poder indefinidamente.
Feito esse aporte histórico, voltemos ao foco: Putin, nascido e inserido nesse contexto, como muitos outros russos, nunca aceitou de bom grado perder os territórios da URSS. Ainda mais que essas ex-nações soviéticas vêm se aproximando cada vez mais do ocidente e dos Estados Unidos, tornando-se membros da União Europeia e da Otan — Organização do Tratado do Atlântico Norte, criada em 1949 depois do final da Segunda Guerra Mundial e reunindo países ocidentais encabeçados pelos EUA, que têm estabelecido bases militares em territórios próximos a Rússia, segundo Putin, ameaçando o país dele. Nesse escopo, a Ucrânia sinalizou aderir à Otan. Isso foi mais um pretexto para o líder russo se lançar ao ataque, visto que desde 2014 há menção a tal fato, já que o território da Crimeia foi anexado ao governo do Kremlin.
Segundo Putin, há outras razões para esse ataque: de acordo com ele, a Ucrânia está tomada por neonazistas, mesmo o presidente ucraniano (Volodymyr Zelensky) sendo judeu. Ou seja, ele quer criar além da “narrativa” de uma ameaça americana, a lembrança cultural das provações passadas pelo povo russo causadas pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
Vladimir Putin quer apenas o retorno de uma suposta e antiga glória da União Soviética: redesenhar o mapa da Europa, concentrar mais poder do que já tem, tornar-se um Czar e consolidar seu reinado. Algo a ser mencionado é que o ocidente permitiu com sua fraca diplomacia o que estamos presenciando, porém não se deve demonizar UE ou os EUA.
Pois eles tiveram nesse tempo sucessivas mudanças de poder enquanto Putin se
manteve sempre à espreita, planejando cada passo, visto que esse ataque não é
algo de momento: foi algo planejado há muito tempo.
Agora, resta-nos torcer para que o relógio do apocalipse não anuncie o fim do mundo.
O “eu”, por trás de nós oculto,
É muito mais assustador,
E um assassino, escondido em nosso quarto,
Dentre os horrores, é o menor.
Emily Dickinson
Agora, resta-nos torcer para que o relógio do apocalipse não anuncie o fim do mundo.
É muito mais assustador,
E um assassino, escondido em nosso quarto,
Dentre os horrores, é o menor.
Emily Dickinson
Um texto jornalístico sério que situa o leitor na história antes de informar sobre o tema de interesse e apresentar as opiniões e críticas do autor.
ResponderExcluirAgradeço a audiência e leitura tão qualificada quanto a sua.
Excluir