Por João Gabriel Silva
A amizade é algo a se pensar especialmente em um mundo tão líquido como o que
vivemos. Segundo Bauman, isso significa que a maioria das relações atuais tendem
a ser breves, ou seja, não duram muito tempo, daí o temo líquido. O mundo é
feito de relações: seja de trabalho, amor, amizade, entre outras, mas, como é uma
marca da sociedade contemporânea, todas essas interações possuem um prazo de
validade, parece algo louco de se dizer, mas é a realidade atual. Mas o objetivo
desse texto diz respeito a amizade, então vamos ao tema. Pode não parecer mais a
amizade também é tema da filosofia desde os gregos. Aristóteles dividiu-a em
três: a amizade por prazer, por interesse e a amizade verdadeira ou concreta.
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A amizade por prazer ou interesse é movida por algum interesse, seja ele social
ou financeiro, bem comum na sociedade atual principalmente entre jovens. Esse
tipo de “amigo” fica ao seu lado apenas quando lhe convém ou que se possa
realizar suas vontades, ou seja, eles estão por utilidade, não por amor, uma vez
que a Amizade também é um tipo de Amor. Já a amizade verdadeira tem a ver com a
mais pura das vontades, ele se caracteriza por criar uma completude entre ambos,
claro que há interesse, mas tal interesse se resume a companhia mútua, no
crescimento de ambos, a alegria de compartilhar boas histórias entre outras
tantas coisas.
Aristóteles nos diz que: “A amizade por prazer tem alguma
semelhança com esta espécie, pois pessoas boas também são reciprocamente
agradáveis. Acontece o mesmo em relação à amizade por interesse, pois as pessoas
boas também são reciprocamente úteis” (ARISTÓTELES, 1999, VIII, 4, 1157a 4-7).
Isto significa que a Amizade verdadeira engloba as outras duas, não as
excluindo, porém, complementando-as. A Amizade é um exercício de se doar
verdadeiramente aos outros de forma mútua, buscando sempre evoluir em conjunto,
entretanto sem esquecer de que cada um é um universo à parte. Esse texto dedico
a todos meus bons amigos, são poucos, contudo, verdadeiros.
